Superproteção dos filhos.

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Seu filho precisa de carinho e não de superproteção. Uma criança superprotegida poderá tornar-se uma pessoa com muitas dificuldades de relacionamento no futuro.

Proteger os filhos é obrigação dos pais, mas quando essa proteção se torna excessiva, às vezes doentia, o desenvolvimento e crescimento dos pequenos podem ser seriamente comprometidos, mesmo que os pais não consigam enxergar.

Não deixar a criança ir ao chão para brincar em um lugar sujo é bem diferente de não deixar a criança engatinhar na sala de casa ou da madrinha.

Um lugar sujo pode transmitir doenças para seu filho e os pais têm a obrigação de o proteger, mas o chão da casa de quem se conhece não é proteção e sim uma proibição de que a criança explore o ambiente e se desenvolva motora e cognitivamente.

Pais que tiveram seus filhos com idade mais avançada, com filhos temporãos, que tiveram alguma dificuldade com gravidez ou parto ou que trabalham excessivamente são pais mais propensos a superproteger seus filhos.

Os pais superprotetores pensam que estão fazendo tudo de melhor para a sua criança e é claro que não querem o mal dos filhos, mas acabam facilitando demais a vida dos pequenos quando fazem tudo por ele ou o privam de alguma situação que acham perigosa.

Alguns “sintomas” são facilmente notados por quem recebe blindagem excessiva dos pais. A criança que demora a andar, já que os pais não a colocam no chão para estimulá-la com medo de que caia e se machuque ou receosa de que ela leve a mão à boca depois que a colocou no chão.

A criança “preguiçosa” para falar também pode ser consequência de superproteção: o pequeno mal aponta para a jarra de água e o copo com água já está na mão. A criança nem teve tempo de tentar falar e o que queria já estava na mão.

Tem como quebrar essa redoma? – Mudanças são sempre difíceis e é só pensar em nós, adultos. Mesmo querendo mudar de casa nosso coração aperta ao deixar um pedacinho da nossa vida na casa que ficou para trás. A criança também.

Andar e falar são mudanças difíceis, e se os pais fizerem tudo por ela ficará mais fácil e não precisará enfrentar as dificuldades como a frustração de cair ao tentar andar e falar errado e não ser entendida. Sabe aquela coisa do “só se aprende errando”?

Com essa atitude superprotetora, os pais vão educando filhos que só pensam no seu próprio umbigo e vontades, sentindo-se o centro do mundo. Além disso, não há quem aguente uma criancinha mimada, com exceção dos pais e das sempre “doces” avós.

“Hoje é difícil dizer um não e ter paciência com o crescimento dos filhos. Muitas vezes, é mais simples interferir para resolver um problema do que permitir que a criança o analise por inteiro e demonstre suas condições de transpô-lo”, relata a psicóloga Marlucia Pessoa.

Caso algo não aconteça do jeito que essa criança quer, ela chora e recua, não conseguindo enfrentar os desafios sem ao menos tentar a possibilidade de desafiar seus limites e viver novas possibilidades.

Assim, as crianças tendem a crescer tiranas com os pais, avós e babás e tentam ser assim com as professoras e amiguinhos, mostrando a dificuldade de se relacionar e enfrentar os obstáculos longe das rédeas dos pais. A criança pode se tornar um adulto mimado, o que se torna mais desagradável ainda.

Ocorre que na fase adulta nem sempre pai e mãe poderão resolver as situações mais embaraçosas.

Dicas

  • Manter seu filho sob sua vigilância 100% do tempo é motivo para que ele se torne um adulto inseguro.
  • Não faça todas as vontades de seu filho só porque não tem muito tempo com ele. Qualidade é melhor do que quantidade de tempo. Um passeio “da hora” em parques ou praias pode valer mais do que um videogame novo.
  • Uma criança mimada não é somente aquela que recebe todos os presentes que deseja, mas também aquela que tem todos os seus obstáculos tirados do caminho (o que não deixa de ser um presente).
  • Não interfira nas brigas e desavenças de seus filhos com seus amiguinhos, estimule-os a resolverem as questões diretamente com seus amiguinhos, sem intermediários (principalmente adultos) e de modo civilizado. Crianças podem se tornar “inimigas mortais” às 10h da manhã e voltarem a ser “amigas para sempre” às 10h31 da mesma manhã, desde que elas resolvam suas questões. Lembre-se: rancor costuma ser coisa de adulto.
  • Use o bom senso e o equilíbrio. Se tiver alguma dúvida, não sinta-se envergonhado ou constrangido, consulte um especialista.

Fonte: uolguiadobebe